Depoimento sobre sexualidade de uma jovem participante da Obra (segmento da Comunidade Católica Shalom, em que as pessoas participam como membros evangelizados, mas não têm obrigações com a Comunidade).
A comunidade shalom assim
como tantas outras comunidades de vida ou de aliança seguem os dez mandamentos.
Um dos dez mandamentos é seguir a castidade, isso significa só ter relações
sexuais depois do casamento, é seguir uma vida de renúncia à sexualidade.
Para a comunidade sexo fora
do casamento é pecado, é ter uma vida fora das leis de deus, uma pessoa vivendo
em pecado não pode fazer os sacramentos da igreja católica, não pode participar
da comunhão por estar em pecado, esta pessoa tem que se arrepender do pecado e
se confessar para poder participar da ceia de cristo, que é receber o corpo e o sangue de cristo.
A mulher e o homem têm que
guardar seu corpo para o casamento para a sua esposa e para seu esposo, isso é
seguir os mandamentos de deus, é ser um verdadeiro cristão praticante.
Segundo a canção nova, A
castidade é uma virtude moral. É também um dom de Deus, uma graça, um fruto da
obra espiritual. O Espírito Santo concede o dom de seguir a pureza de Cristo
àquele que foi regenerado pela água do Batismo
E todo aquele que nele tem
esta esperança, se torna puro como ele é puro. A castidade significa a
integração correta da sexualidade na pessoa e, com isso, a unidade do homem em
seu ser corporal. Para se viver uma vida casta é necessário aprendizagem do
domínio de si. Ou o homem comanda suas paixões e obtém a paz ou se deixa
subjugar por elas e se torna infeliz.
Seguir a castidade é seguir
uma vida pura como cristo viveu, castidade é um dom, é viver seu estado de
vida, se é solteiro tem que viver vida de solteiro, viver a castidade é
renunciar os prazeres e desejos da carne.
Para se viver segundo a
castidade é preciso resistir às tentações por intermédio dos meios que a Igreja
nos ensina: fugir das tentações, obedecer aos mandamentos, viver uma vida sacramental,
especialmente frequentando sempre a Confissão e a Comunhão, e viver uma vida de
oração.
Seguir a castidade nos
permite seguir um caminho seguro, para o amor e para a felicidade plena.
Segundo a comunidade shalom,
nosso corpo é templo do espírito santo, e manifestamos deus em nós, e o amor de
deus se revela na vida matrimonial, castidade é viver a vontade de deus em
nossas vidas.
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Entrevista com um membro da Comunidade de Vida.
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Entrevista com um jovem em missão.
Entrevista com um membro da Comunidade de Vida.
D., 19 anos
Faz parte da
comunidade de vida, sendo postulante (que é o primeiro nível de formação dentro
da comunidade de vida, o segundo é o de discípulo, e o terceiro nível é o
consagrado), veio do estado do ceará em 13 de julho de 2011. Anteriormente à
sua participação na comunidade não tinha nenhuma ligação com a igreja, apenas
frequentava as missas irregularmente. Em 2007 aconteceu sua primeira
experiência com deus, e a partir desse momento decidiu seguir em missão.
Segundo ele, o motivo pelo qual optou por seguir essa doutrina foi devido a uma
profunda experiência com deus. No momento em que decidiu segur em missão estava
fazendo um curso preparatório para o vestibular. Sua mãe aceitou bem, mas o pai
não foi muito receptivo, mas depois aceitou também, as irmãs e irmãos também aceitaram
tranquilamente. Com relação às amizades, foi bem aceito também, mas acabou
perdendo contato devido ao limite de ligações que pode realizar, e opta por
telefonar para sua família.
Segundo ele, foi
bastante difícil se desvincular da família, e foi um processo doloroso, mas por
amor a deus conseguiu seguir em frente. Hoje em dia, ele valoriza muito mais
sua mãe e seu pai, pois a distância e a saudade o fizeram perceber o amor
verdadeiro que tem por ambos.
Brasília foi o
primeiro lugar que veio em missão, e a comunidade o recebeu muito bem. A
comunidade católica shalom com um todo gosta muito, e fica muito feliz quando
jovens seguem em missão, mas quaisquer que sejam as idades das pessoas serão
muito bem recebidas também.
Quando
questionado se ele convive bem com seus irmãos no lar da comunidade de vida,
ele disse que sim, que sabe lidar com as diferenças de cada um (atualmente, ao
todo são cinco homens e oito mulheres, que vivem em lares diferentes, sendo a
casa comunitária o espaço de convívio de mulheres e homens). Ele acredita que
as diferenças não são problemas, mas sim complementos, se torna um crescimento
mútuo entre os irmãos, um vai aprendendo com a virtude do outro, e vai ajudando
também no que for preciso.
Ele e seus
irmãos acordam aproximadamente às 06h30min da manhã para desempenhar as tarefas
de limpeza da residência, e depois toma café-da manhã, logo após vai para a
residência comunitária. O dia começa pelas laudes (que são as primeiras orações
do dia), depois têm os momentos pessoais (que consistem em 1h de estudo bíblico
e 1h de orações pessoais), logo após as formações (que se dividem em três
fases: postulantes, discípulos e consagrados), em seguida as pessoas almoçam, e
às 14h30min seguem para a sede da comunidade shalom, e desempenham o apostolado,
o grupo de oração, e às 18h30min realizam uma oração comunitária na residência
comunitária.
Na comunidade
católica shalom há um setor de saúde, mas está mais voltado às práticas de
primeiros socorros e administração de medicamentos. Certa vez d. Precisou de um
atendimento médico, mas não havia ninguém do setor de saúde disponível e ele se
dirigiu ao hospital público, onde o atendimento demorou bastante. Mas segundo
ele, o responsável por preservar e cuidar da saúde das pessoas da comunidade de
vida é o coordenador, então se houver qualquer alteração na saúde, é necessário
procurar o coordenador para que ele realize as providências.
Com relação à
sexualidade e métodos contraceptivos, ele acredita que a melhor forma para não
engravidar e não adquirir doenças sexualmente transmissíveis é a castidade. E
se posicionou contrário ao uso de preservativos e anticoncepcionais.
Por fim, o jovem
relatou que ser missionário é uma vida desafiadora e bastante corrida. Ele
gosta muito, e ama sua vida e quer seguir em missão para sempre, pois acredita
que é vocacionado a ser missionário, considera que foi criado (por deus) para
ser comunidade de vida, e se assim não fosse, certamente não seria plenamente
feliz.
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Entrevista com um jovem em missão.
S., 19 anos.
Ele atualmente é
um jovem em missão, ou seja, ele não faz parte da comunidade de vida, nem da
aliança, ele está em uma fase de experiência, e segundo o jovem deus dirá qual
caminho ele vai seguir. O jovem veio do estado do Ceará para Brasília na data
de 25 de agosto de 2012, e sua missão terá duração de um ano. Ele deixou a
família e amizades, que reagiram bem a essa nova diretriz que a vida do jovem
seguiu. S. Sempre foi muito aberto com a família, e por isso sua vinda para a
capital do país não foi dramática, ele não temeu em nenhum momento, pois
acredita que os planos de deus para ele são maiores do que quaisquer outras
adversidades. Ele tem o direito de fazer ligações para sua família uma vez por
semana, mas ele evita, pois considera que as ligações atrapalham o processo de
sua missão. Ele abandonou também o curso de biomedicina no primeiro semestre
para seguir, e não se arrepende de nada que deixou em sua cidade natal para
estar onde está hoje.
Sua trajetória
no catolicismo teve início depois que passou a frequentar um grupo de oração da
comunidade católica shalom, que tem diversas sedes, por indicação de algumas
amizades. Ele gostou bastante do grupo e passou a se inteirar mais, estando
cada vez mais envolvido com o grupo e com as doutrinas católicas, e a partir
dessa experiência, passou a ser vocacionado, que é o termo no qual a comunidade
shalom se refere quando a pessoa se sente chamada de alguma forma por deus para
seguir em missão seja por meio da comunidade de vida ou de aliança. O
vocacional é na prática uma transição, é momento pelo qual as pessoas que se
sentem chamadas por deus passam para que se descubram e decidam se realmente é
o querem para suas vidas. No vocacional, há um encontro todo mês para que esse
processo seja ainda mais sólido, para auxiliar de fato no processo de
identificação e entendimento sobre o que está acontecendo naquela fase. Apesar
de ser vocacional, ele mora na casa da comunidade de vida, e desempenha as
mesmas ações que as pessoas da comunidade, que são: limpeza, café-da-manhã,
duas horas orações pessoais, formação (em postulantes, discípulos e
consagrados), que são as fases dentro da comunidade de vida, sendo de três anos
a duração da formação.
Quando chegou a Brasília,
foi muito bem recebido pelas pessoas da comunidade, ele considera que a
comunidade católca shalom é uma família, e qualquer dificuldade uns ajudarão
aos outros.
A questão da
vestimenta é delicada. Ninguém pode usar roupas curtas ou que mostrem partes do
corpo. Deve ser camiseta e calça, e de preferência camiseta de manga longa.
Quando ele chegou à comunidade tudo o que ele trouxe foi analisado, roupas,
acessórios, tudo mesmo, ele não se ofendeu por acreditar que quando se está em
comunidade nada mais é de sua posse, tudo é compartilhado. E tem mais uma questão:
se ele receber algo, por exemplo, um colar, uma pulseira, qualquer que seja o
presente, ele deve pedir autorização para usar, pois será analisado o motivo
pelo qual ele quer usar.
Segundo ele, a
comunidade é bastante dinâmica, e sempre tem muito a ser feito. Cada qual tem
seu apostolado (é o grupo do qual ele é responsável por uma atividade, pode ser
na lanchonete, na livraria, evangelização, entre outras atividades) que é
realizado no Centro de Evangelização localizado na SCRIS 507, bloco A loja 23 W3 Sul - Asa Sul. Além do apostolado,
as pessoas da Comunidade de Vida devem desempenhar tarefas de limpeza na casa
em que vivem, que são realizadas antes do café-da-manhã. Uma vez por semana ele
e as outras pessoas da comunidade de vida podem sair para onde quiserem
custeado pela comunidade shalom, mas somente no período da noite, que é quando
todas as obrigações já foram realizadas. Geralmente saem em trios, ou um pouco
a mais que isso. E o objetivo é interagir com os irmãos e conhecer um pouco da
cidade, já que não há nenhum (a) brasiliense no grupo da comunidade de vida.
A Comunidade
Católica Shalom é custeada devido às providências, ou seja, as doações das (os)
fiéis.
Na questão do
relacionamentos, é bastante rigoroso, pois as pessoas em missão e postulantado
(que é o primeiro nível de formação dentro da comunidade de vida, o segundo é o
de discípulo, e o terceiro nível é o consagrado) não podem namorar. Se não
fizer parte de algum destas especificidades, pode namorar, mas é obrigatório
que a pessoa seja da Comunidade Católica Shalom. No caso dele, se tivesse um
namoro antes de seguir em missão é diferente, e ele poderia continuar namorando
e viver um celibato formativo.
Com relação à
sexualidade, ele é contrário ao uso de métodos contraceptivos. Não acredita que
o preservativo deve ser utilizado, pois todas as pessoas da comunidade de vida
vivem em castidade, então não haveria a possibilidade de transmissão de doenças
sexualmente transmissíveis. Segundo ele, tudo está no processo de discernimento
com deus, se alguém tiver alguma doença certamente irá compartilhar com a (o)
parceira (o).
E por fim, ele
considera a vida que leva muito boa, e é plenamente feliz por que essa é a
vontade de deus. É o caminho que ele resolveu seguir orientado por deus.
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